Apesar do alarde, a TV digital teve um início pífio na Grande São Paulo. Passados quase dois meses desde o início das transmissões, emissoras e fabricantes de equipamentos estimam em apenas 10 mil o número de domicílios adeptos da nova tecnologia na metrópole.
O resultado frustrou emissoras, mas não a indústria de televisores. Os fabricantes colocaram poucas caixas receptoras (set-top box) à venda nas lojas. O fabricante mais ousado teria oferecido no máximo 3.500 aparelhos. Além disso, quase todas as caixas foram importadas, o que elevou o custo ao consumidor para mais de R$ 800. O preço é apontado como o principal fator do desempenho "traço" de audiência.
Segundo um fabricante, houve boa procura por set-top boxes até o Natal, principalmente em lojas próximas à avenida Paulista. Os primeiros compradores foram os que têm dificuldade de recepção de sinal aberto e os de alto poder aquisitivo.
Fabricantes e radiodifusores esperam uma alavancagem da TV digital a partir de março. Com a abertura de novos mercados (como Rio de Janeiro), as indústrias já começam a investir na montagem de set-top boxes no país. Mas ainda há dúvidas se as novas caixas já terão o middleware Ginga, desenvolvido por universidades brasileiras. Fabricantes estão inseguros quanto à isenção de royalties. Ou seja, a TV digital pode continuar capenga.
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