Jornalistas omitem abuso sexual por medo de serem afastadas do trabalho

O medo de serem afastadas de suas reportagens e o receio de serem tratadas de forma diferente por seus colegas de redação levam jornalistas a esconderem de seus chefes casos de abuso sexual de que são alvo no desempenho de suas funções. É isso que denuncia Judith Matloff, professora na Escola de Jornalismo de Columbia e ex-correspondente da Reuters.

Segundo informações do site Jornalistas Online, em declarações reproduzidas pela Federação de Sindicatos de Jornalistas da Espanha (Fesp), a docente referiu-se a casos como o de uma angolana com quem trabalhou, que foi violada por rebeldes devido a uma alegada simpatia pelo partido do governo, e o de uma fotógrafa na Índia, atacada po rum grupo que lhe rasgou a roupa. Segundo Matloff, nenhuma das jornalistas teria avisado seus editores para que estes não as considerassem mais fracas em nenhum aspecto.

Em um estudo realizado há dois anos pelo Instituto Internacional de Segurança da Imprensa (INSI), das 29 jornalistas entrevistadas mais da metade admitiu ter sido vítima de ataques sexuais em seu trabalho. Matloff conta que entre os agressores estão empregados de hotel, pessoal de apoio, colegas de trabalho e até policiais e seguranças.

Para a docente norte-americana, a falta de debate público sobre o tema ajuda a explicar a ausência de capítulos sobre o assédio e o ataque sexual nos principais manuais sobre segurança para jornalistas, publicados pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) e pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

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