É preciso diferenciar o público do estatal, diz FNDC

Brasília – O novo modelo de televisão não-comercial em estudo pelo governo terá de ser menos centralizado que as emissoras comerciais e levar em conta a diferença entre o público e o estatal para se tornar uma fonte alternativa de informação e cultura, acredita o coordenador-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Celso Schröder. Membro do Fórum Nacional de TVs Públicas, ele apresentará as sugestões da entidade nesta semana em Brasília.

A partir da próxima terça-feira (8), os grupos de trabalho que compõem o Fórum de TVs Públicas realizam plenárias para redigir uma carta na qual apresentarão uma série de recomendações ao governo federal para a construção de um sistema público de comunicação no Brasil. Na reunião, Celso defenderá que os vários canais que o governo pretende criar com a televisão digital façam parte de uma rede pública única.

“Tanto a operação como a infra-estrutura dessa rede pública precisam estar à disposição de quem está fora dos canais privados”, afirma Schröder. Para que isso ocorra, no entanto, o coordenador do FNDC aponta que é necessário diferenciar o que é estatal e o que é público. “Sem dúvida, essa será a principal discussão  durante as plenárias.”

De acordo com ele, essa conceituação é importante para definir o espaço da televisão pública. “Enquanto, no sistema estatal, a gestão dos meios de comunicação está diretamente ligada a uma estrutura de poder, no modelo público, a administração dos veículos e a produção dos programas estão permeadas por mecanismos de controle por parte da sociedade”, analisa.

No encontro em Brasília, o FNDC apresentará um modelo descentralizado de produção para a rede pública de televisão. “Em vez de uma cabeça de rede no eixo Rio–São Paulo, como ocorre nas emissoras comerciais, haveria várias cabeças de rede valorizadas por o que elas produzem, não pela localização geográfica”, explica Schröder.

O coordenador da entidade alega que o atual sistema impede a democratização da informação ao concentrar a produção nas principais cidades do país. Para ele, a rede pública não pode ceder ao risco de ter a maior parte da estrutura concentrada numa região. “A verticalização pode até facilitar a administração e a concorrência com os outros canais, mas resulta num autoritarismo que vai contra o sentido universal da comunicação”, acredita.

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