Cinema deve crescer de 5% a 10% em 2007

O consumo de cinema no Brasil deverá aumentar de 5% a 10% em 2007, devido à entrada de grandes lançamentos e ao sucesso dos produtos nacionais. Apesar da queda de público no ano passado – 4,9% a menos de ingressos vendidos do que em 2005 -, os brasileiros contribuíram com um aumento de 1,4% no faturamento do setor, em 2006, que somou R$ 701.376.474,00 (US$ 322.627.306,00), segundo o presidente do Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas do Rio de Janeiro, Jorge Peregrino. 'O mercado de cinema está em expansão e deverá crescer este ano,mas não com a velocidade que deveria', explica o executivo, argumentando que a evolução se dará em função da safra de bons filmes nacionais, como 'A Grande Família' que, em três dias de exibição, atingiu a marca de 288.179 espectadores – número que somado ao público que assistiu ao filme em pré-estréias na Grande São Paulo, no feriado do dia 25, totalizou 303.362 espectadores, com arrecadação de mais de R$ 2,7 milhões nas 246 salas de cinema do país onde está em cartaz.

Outro motivo que pode fazer de 2007 um ano bom para o setor, segundo o executivo, está nos grandes e esperados lançamentos que não aconteceram no ano passado, como 'Spider Man 3' (em cartaz dia 04 de maio), 'Piratas do Caribe' (25 de maio), 'Shrek 3' (15 de junho), 'Harry- Potter' (13 de julho), entre outros. O grande problema no Brasil é a pouca quantidade de salas de cinema. 'São 2.200 ao todo,com concentração nos grandes centros. O México, por exemplo, tem 3.800 salas de cinema para uma população de 100 milhões de habitantes. Nessa proporção, o Brasil deveria ter perto de seis mil salas', declara Peregrino.

Segundo ele, o País com mais salas de cinema em proporção à população é a Índia – número bem acima das 20 mil salas. 'Os Estados Unidos têm 35 mil e a Argentina, mil salas para uma população de 37 milhões de habitantes', diz. Em 2006, foram vendidos 91.276.579 ingressos, sendo 67,9% contabilizados pelas filiais brasileiras das chamadas 'majors' (Fox Films,Sony Pictures, Univesal Pictures, Buena Vista, Paramount Pictures e Warner Brothers). 'No entanto, o mercado de distribuição independente, do qual fazem parte mais de dez empresas nacionais, tem tido um papel fundamental na composição destes números', ressalta Peregrino.

Ir ao cinema faz parte de passeio, lazer. 'É uma forma de interagir com as pessoas. Sair. Ninguém gosta de ficar assistindo a filmes só em casa', comenta Peregrino. Os dados oficiais de 2006, divulgados pelo Sindicato, são um termômetro para o desempenho do mercado brasileiro ano a ano, com endosso das empresas associadas à entidade, que incluem empresas distribuidoras nacionais e internacionais presentes no País, totalizando 12 membros.

Fundada em 1965, a entidade é mantenedora do único banco de dados do cinema no Brasil desde 1992, quando os órgãos oficiais do cinema foram extintos. Para aferição dos números, o Sindicato conta com o SIAV – Sistema de Informações Audiovisuais -, um banco de dados que registra a freqüência de espectadores de todos os cinemas do País, com seleção por filme e atualização diária. O Sindicato mantém ainda o Box Office, com números, gráficos e comparativos semanais de desempenho de filmes lançados.

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